Psilocibina – Realidade
Os cogumelos são parte integrante da nossa história, cultura e alimentação. Com a ajuda deles, você pode fazer bem (alimentar) e prejudicar (envenenar). E você pode enviar uma jornada espiritual pelas profundezas da consciência – uma ocupação ambígua e não totalmente legal, possibilitada graças à psilocibina, sobre a qual falaremos.
Conselho Editorial Novo tom avisa: O uso de substâncias pode prejudicar sua saúde e causar dependência.
Na cobertura: o número de conexões neurais ativas entre diferentes regiões cerebrais dos sujeitos. Alguns deles tomaram placebo (esquerda), outros tomaram psilocibina (direita). Fonte: royalsocietypublishing.org
Cogumelos e evolução
Segundo o micologista americano Paul Stemets, o fato de os humanos estarem entre os 23 primatas que comem cogumelos fala de sua contribuição direta para nossa evolução. Uma hipótese do “macaco chapado” foi avançada pelo etnobotânico americano e defensor psicodélico Terence McKenna em seu livro Food of the Gods. A essência da suposição é que o Homo erectus evoluiu para o Homo sapiens graças aos cogumelos alucinógenos.
Os arcantropos se estabeleceram fora da África e começaram a estudar novas flora e fauna, e com elas os excrementos dos seres vivos, que servem de criadouro para algumas espécies de cogumelos psilocibinos. De acordo com McKenna, foi a psilocibina que contribuiu para o rápido desenvolvimento das regiões cerebrais e a evolução das habilidades cognitivas no Homo erectus.
O pesquisador também argumentou que a relação com os cogumelos alucinógenos desempenhou um papel fundamental na formação de algumas religiões, inclusive religiões mundiais – islamismo, cristianismo, judaísmo. No entanto, a hipótese do macaco chapado não é reconhecida em amplos círculos científicos.
A ação da psilocibina
Sabe-se do curso geral da biologia que os fungos consistem em um corpo frutífero e micélio – uma estrutura que desempenha funções protetoras, reprodutivas e nutricionais. Ao contrário da capa protetora humana, que consiste em 5 camadas, o micélio consiste em apenas uma camada. Alguns tipos de cogumelos produzem uma substância – psilocibina – para proteger contra fatores ambientais destrutivos.
Ao mesmo tempo, a psilocibina é um dos psicodélicos que aumenta os níveis de serotonina e ativa partes dos lobos temporais. Esses efeitos se manifestam em alucinações visuais, aumento da sensibilidade sensorial e emocional. A psilocibina não causa dependência física, mas seu uso pode levar à dependência psicológica.
A equipe liderada por Paul Expert, pesquisador do Imperial College London, conduziu um estudo de ressonância magnética dos cérebros de pessoas que usaram psilocibina sob supervisão médica. Sob a influência dessa substância, o número de fortes conexões neurais ativas entre diferentes regiões do cérebro aumentou em pouco tempo. Um possível efeito colateral dessa condição é a sinestesia: um fenômeno neurológico no qual as sensações de um sentido são interpretadas por outro (por exemplo, você pode ouvir uma cor).
Psilocibina e saúde mental
Em 2019, a cidade e condado de Denver, Colorado, descriminalizou o consumo e posse, venda, transporte e cultivo de cogumelos alucinógenos do gênero Psilocybe. Esta etapa foi motivada por estudos farmacológicos e clínicos bem-sucedidos demonstrando os efeitos benéficos do uso médico da psilocibina. Descreveremos brevemente alguns desenvolvimentos científicos importantes neste campo, mas é importante lembrar que psilocybe cubensis comprar para estudos é legal, mas não se trata de um medicamento devidamente reconhecido pela industria farmaceutica.
ano 2013: Uma equipe de cientistas da Universidade do Sul da Flórida publicou um estudo demonstrando a capacidade de pequenas doses de psilocibina de aliviar sentimentos de medo e dor e estimular a formação de novos neurônios no cérebro – a neurogênese.
ano 2014: Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins descobriram que a psilocibina ajudou 80% dos indivíduos a superar o vício em nicotina, considerado um dos graves problemas de saúde. (Enquanto as terapias tradicionais funcionam para cerca de 30% dos pacientes.)
2016: um grupo de dr. Roland Griffiths, da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, conduziu um estudo que mostrou o efeito positivo de tomar pequenas doses de psilocibina no estado emocional dos sujeitos.
2017: Um estudo sociológico do professor Peter Hendricks, da Universidade do Alabama, em Birmingham, mostrou uma ligação entre o uso de cogumelos com psilocibina e a diminuição da criminalidade. Celia Morgan, professora da Universidade de Exeter, também comprovou a eficácia do uso de drogas psicodélicas para o tratamento do álcool e da dependência de drogas.
2020: No Canadá, uma pesquisa da Universidade Johns Hopkins permitiu que microdoses de psilocibina fossem usadas clinicamente para normalizar o estado mental de pacientes com câncer e reduzir seu medo da morte.
Microdosagem
Este é um método de consumo em que a dose de uma substância psicotrópica é tão pequena que o efeito é quase imperceptível. Um dos defensores dessa prática é o micologista e promotor da biorremediação Paul Stemets. Seus colegas lançaram um estudo de dispositivo móvel sobre como a microdosagem afeta o desempenho cognitivo. funções e saúde mental, projeto microdose.me. Sua aprovação no aplicativo Ciência Cidadã cidadão quantificadoque está disponível em Loja de aplicativos, é um trampolim para o nosso tempo em direção a uma pesquisa médica em larga escala sobre microdosagem. Vale lembrar que a psilocibina ainda é uma substância psicotrópica proibida em quase todo o mundo, mas legal em alguns paises como o Brasil.
Cogumelo legal
Existe outra maneira de estimular a neurogênese. Hericium erinaceus pode ter efeitos semelhantes aos da psilocibina no sistema nervoso. O extrato deste cogumelo contém erinacina, que, devido à sua semelhança química com a psilocibina, provoca um aumento no número de células nervosas.
Matéria publicada na revista NewTone